Sala de estar

Desci as escadas e entrei na sala, estava irritado com aquela estúpida que tinha a lata de dizer que eu estava a inventar aquilo. Deitei-me no sofá pegando numa almofada e pondo-a por trás da cabeça. Fechei os olhos e acabei por adormecer ali.

Quando acordei, sai do meu quarto e desci para a sala. Ri-me quando vi o Nate deitado no sofá e atirei-me para cima dele. Rocei os meus lábios pelo seu pescoço e tentei não me rir - Amorzinho. Vamos continuar o teu sonho.

Acordei de repente ao sentir algo em cima de mim. Algo não... era mesmo a estúpida da Rebecca. - Deixa-me! - comecei a mexer-me todo para ver se ela saía. - Cala-te com essa porcaria. - afastei a minha boca do seu pescoço.

Revirei os olhos e sai de cima dele - És tão seca. - revirei os olhos de novo - E eu que achava que tu éras simpático afinal não. - agarrei numa garrafa de água e sai para o jardim da nossa casa para apanhar algum sol.

- Sou simpático mas não é para ti. - resmunguei enquanto a via afastar-se e atirei uma almofada apesar de ela já ter saído lá para fora. Levantei-me do sofá depois de me esperguiçar e saí atrás dela.

Voltei a atirar-me para o sofá assim que entrei em casa e revirei os olhos. Ele continuava a insistir que o tinha beijado mas eu nunca na vida faria isso, que nojo. Agarrei-me a uma almofada enquanto me esticava para o comando da televisão no preciso momento em que o telefone de casa começou a tocar. Agarrei no mesmo quando vi que era a minha mãe e revirei os olhos - Sim, mãezinha? Ainda não matei o meu querido irmão, não.

Estava decidido a não voltar a tocar naquele assunto, ela que ficasse a pensar o que quisesse. Não tinha culpa que ela tivesse amnésia pós-bebedeira. Ri-me com tal pensamento e entrei na sala vendo-a a falar ao telefone, com a mãe. - Diz-lhe que estámos a dar-nos muito bem. - disse ironicamente e sentei-me num dos sofás.

Revirei os olhos assim que o Nate voltou a aparecer na sala e sentei-me no sofá - Ainda não o matei mas é porque tenho um grande poder de auto controlo. Estou à muito tempo com vontade de o fazer. - revirei os olhos quando a minha mãe começou as coisas dela, de termos de nos dar bem - Sim, sim.

Revirei os olhos ao que ela disse à mãe. - Não mintas à tua mãe. - disse num tom de voz baixo para que só ela me conseguisse ouvir. - Tu não me matas porque no fundo gostas muito de mim. - fiz um ar convencido e puxei uma almofada para o meu colo, agarrei-me à mesma e recostei-me para trás no sofá enquanto ia ouvindo a conversa.

- Está bem. Adeus mãe. - desliguei o telefone e atirei o mesmo para cima da mesinha da sala. Levantei-me do sofá e atirei-me para cima do Nate - Eu não gosto de ti, estúpido. - disse com um revirar de olhos e agarrei na cara dele com as minhas duas mãos. Desci a minha boca em direção à sua e beijei-o, afastando-me de seguida - Pronto, agora beijei-te a sério. Já te podes calar de uma vez com o beijo imaginário.

Revirei os olhos enquanto ia ouvindo aquela conversa sem jeito nenhum. Franzi a testa assim que ela saltou para cima de mim e fiquei ainda mais surpreendido do que já estava quando ela me beijou. Beijou-me do nada e mesmo sem eu esperar. - Agora beijas-te duas vezes. - disse quando recuperei do "choque" de ela me ter beijado. - E não foi imaginário. - reclamei, não sabia porque é que ela continuava a negar, se calhar até já se tinha lembrado e estava apenas a fingir não se lembrar.

Levantei-me de cima dele e ajeitei a minha roupa e o cabelo - Foi uma vez. Esta vez. Nunca te beijei para além desta vez. - passei as costas das mãos pela minha boca e fiz uma careta - Até porque tu beijas mal. Que nojo só pensar em repetir. - fiz novamente uma careta e sentei-me no sofá onde estava antes, agarrando no comando da televisão.

Abanei a cabeça e ajeitei-me também quando ela saiu de cima de mim. - Podes continuar a negar à vontade, eu sei muito bem o que aconteceu. - encolhi os ombros e segui-a com o olhar. - Se beijasse mal não me tinhas beijado agora nem antes. Olha que gostaste bem. - mordi o lábio para esconder um sorriso, na noite passado não tinha ela dito aquelas coisas.

- Tu pensas que sabes o que aconteceu. - disse-lhe - É diferente. - encolhi os ombros e fui mudando os canais da televisão para ver se estava a dar alguma coisa de jeito em algum - Eu não te beijei ontem, Nate, já te disse. Beijei-te agora para ver se te calas e me deixas em paz. - revirei os olhos e agarrei-me melhor à almofada.

Encolhi os ombros decidido a não dar mais importância àquele assunto. - Como queiras. - acabei por dizer e apertei melhor a almofada contra o meu corpo enquanto a olhava a mudar os canais de televisão. - Quando te vais decidir por um? - perguntei quando já estava farto de ver aquilo a mudar constantemente. Suspire, precisava de arranjar alguma coisa para fazer ou então ia dar em doido ali naquela casa.

- Quando encontrar alguma coisa de jeito. - disse-lhe com um encolher de ombros e acabei por deixar num canal qualquer, atirando de seguida o comando para cima da mesa que estava à minha frente - Quero sair. Estou farta de estar fechada nesta casa contigo. - disse com um revirar de olhos - Mas a minha mãe só me vai deixar se tu fores comigo, já sei como é.

Revirei os olhos e por fim lá a vi a parar com aquilo. Olhei-a. - Uau acho que estámos a concordar numa coisa. Também estou farto de estar aqui fechado contigo. - disse num tom de resmungo e abanei a cabeça. - Não entendo porque é que temos de andar a sair os dois juntinhos como se nos dessemos lindamente e fossemos os melhores amigos do mundo. - retorqui.

Revirei os olhos com o comentário dele e levantei-me do sofá - Parece que sim. É um milagre. - espreguicei-me toda que já tinha o corpo todo dormente e encolhi os ombros - Eu sei lá. Eles querem que nós sejamos irmãozinhos e muito amigos e querem-nos sempre juntos. Rídiculo. Mas se temos de sair juntos, quero lá saber, saimos juntos e depois cada um vai à sua vida. - olhei-o - Certo?

Assenti com a cabeça como que a concordar com o que ela estava a dizer. - Não sei quando irá chegar o dia em que eles vão perceber que é impossível nós os dois nos darmos bem. - fiz uma careta, eles deviam mesmo andar a sonhar. Assenti de novo. - Mais do que certo. - disse. - Não quero que me vejam contigo, ainda pensam que és minha namorada e fico com as minhas conquistas todas estragadas. - comentei.

Fiz uma cara enojada com o que ele disse - Sim, namorados. Nós amamo-nos profundamente. - disse totalmente irónica. Voltei a atirar-me para cima do sofá e encolhi os ombros - Fingimos que nos estamos a dar super bem, saimos juntos como eles querem mas assim que deixarem de nos ver, cada um vai à sua vida.

Revirei os olhos e não comentei nada em relação àquilo até porque não havia nada a dizer. - Não sei se vou conseguir fingir que me dou bem contigo. - comentei com um encolher de ombros. Levantei-me do sofá e espreguicei-me olhando para Rebecca que estava de novo no sofá. - Vou comer alguma coisa, queres? - perguntei.

- É só fingir, Nate, não é dificil. - levantei a cabeça assim que ele perguntou se queria alguma coisa para comer e encolhi os ombros - Vês? Estamos a conseguir. - disse meio orgulhosa - Qualquer coisa.

- Pode não ser difícil para ti mas para mim é. - retorqui encolhendo os ombros. Ri-me dela, ela estaria mesmo a pensar que eu ia trazer alguma coisa para ela comer? - Vai buscar, a cozinha é ali. - apontei para a mesma enquanto me ria e depois saí da sala e fui à cozinha para ir buscar alguma coisa para mim.

- Só é dificil porque queres, é só fingir. - revirei os olhos com o que ele disse e abanei a cabeça. Que nervos que ele me metia, a sério. Como é que os nossos pais queriam que nós nos dessemos bem? Credo. Agarrei-me à minha almofada e continuei a olhar para a televisão. Estúpido.